sábado, 7 de maio de 2011

Especialista ensina “mães” de pets a não confundir emoções, confira!

Segundo especialista, o amor maternal por pets faz bem
desde que eles não sejam confundidos com filhos de verdade
Crédito: Sxc.hu   
Ser mãe é cuidar e amar incondicionalmente, diz o senso comum. E muita gente desenvolve esse instinto materno também por seus bichinhos de estimação. Janaína Cristina Pinto, 27, é uma dessas pessoas: "mãe" de seis gatos, um cachorro e uma chinchila (Steve Martin), ela os cria como se fossem filhos. Todos ou foram encontrados por ela na rua, abandonados, ou doados por amigos.
A dedicação dela é tanta que não faltam histórias de superação. Uma delas é a da gata Rebecca De Mornay - em homenagem à atriz americana -, que nasceu prematura e, extremamente frágil, chegou a ser desenganada. "Ela estava na rua, sem pelos, sem unhas, com os olhos infeccionados", conta Janaína, que na época tinha onze anos de idade.
O veterinário avisou sua mãe que a gata não resistiria. Então, Janaína imitou o que havia visto numa reportagem na televisão sobre recuperação de bebês prematuros: dar colo, muito colo. "Rebecca precisava de calor de mãe. Durante três semanas, ficou dentro da minha blusa. Fomos a todos os lugares assim."
Aos poucos, a gata melhorou, passou a tomar leite e a ganhar peso. Ficou cega, mas sua saúde é boa até hoje. "Rebecca, que já tem 16 anos, nunca mais precisou ir ao veterinário", conta.
Casada e sem filhos biológicos, Janaína diz enfrentar o dilema de todas as mães que conciliam maternidade e trabalho: sai de casa de manhã bem cedo e só volta à noite. "Chego louca para brincar, cuidar e aproveitar o tempo perdido", conta.
Segundo o psicólogo Paulo Tessarioli, uma das principais características que nos tornam humanos é justamente a de cuidar. "Em algum momento das nossas vidas vamos cuidar de coisas, pessoas ou animais." Para ele, cuidar de um animal de estimação é um estímulo para desenvolver essa capacidade que muita gente já possui e uma espécie de treino para descobrir se tem aptidão para ter filhos.
"Mas cuidar de um animal não é igual a criar um filho, porque, no primeiro caso, não há uma interação completa", compara Tessarioli. "Animais sentem e percebem coisas, mas não possuem características cognitivas ligadas ao pensamento que os tornam entendedores do que um ser humano expressa".
Assim, o animal entende uma ordem devido à entonação de voz e expressão facial e corporal de seu dono, não por seu significado. "Se o cachorro pudesse verbalizar o que sente, diria que gostaria de continuar sendo um cachorro", afirma.
Segundo Tessarioli, alguns erros comuns são abrir mão da autoridade na tentativa de cultivar uma linguagem próxima da dos animais, levando o bicho a se sentir "dono da família", ou gerar uma relação de tamanha dependência com o bicho que, sem a presença do adulto, ele fica inseguro e se recusa até a comer.
Do outro lado, o sinal amarelo deve acender quando a dona sente mais facilidade de criar vínculos com animais do que com semelhantes. "Pode ser sinal de problemas emocionais, como autodepreciação. Pessoas assim acham mais fácil lidar com animais porque não é preciso justificar comportamentos, já que os bichos não as julgam.”

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