sábado, 16 de julho de 2011

Produtos eróticos funcionam? O que diz o especialista?


O Brasil está entre os dez maiores consumidores de produtos eróticos do mundo, mas como saber se realmente funcionam? Para responder essa pergunta, a repórter Daniella Borges, do Correio Brasiliense, entrevista Paulo G. P. Tessarioli, psicólogo e especialista em sexualidade. Confira!
  
Em entrevista à Revista do Correio Brasiliense, Tessarioli recomenda o uso de produtos eróticos, mas com reservas. 


Correio Brasiliense: Os produtos eróticos influenciam a relação a dois?
Paulo G. P. Tessarioli: Primeiro, vamos compreender para que serve o produto erótico. É um recurso que possibilita o acesso ao corpo de uma forma diferente. Sem o produto erótico esse acesso ao corpo também ocorre, mas com seu uso, a resposta sexual é diferente, com sensações diferentes ou resultados diferentes.


Correio Brasiliense: Mas se pode classificar esse resultado como melhor ou pior?
Paulo G. P Tessarioli: Não é uma questão de comparação. Veja o caso do vibrador? O que ele faz? Em vez de friccionar o clitóris, vibra em cima do clitóris. A ação de vibrar ou de friccionar em tese produz o mesmo resultado, a excitação — se a mulher não tiver nenhuma dificuldade emocional para chegar ao orgasmo. Mas não dá para comparar uma masturbação feita com a mão àquela feita com o vibrador. Não dá para classificar em bom, ruim, melhor ou pior.


Correio Brasiliense: Então, depende do momento?
Paulo G. P. Tesssarioli: Depende do momento, da intenção, da ocasião. Por isso, o termo “diferente”. Mas veja, se o vibrador fosse tão bom assim, quando a mulher o descobrisse não largaria mais. As mulheres que atualmente têm vibrador, e são muitas, não abrem mão da masturbação manual por elas mesmas ou pelos parceiros. É um mito achar que produto erótico pode substituir uma pessoa ou uma prática sexual.


Correio Brasiliense: Qual é a maior utilidade de um produto erótico?
Paulo G. P. Tessarioli: O produto erótico estimula o desenvolvimento sexual de homens e mulheres, na descoberta de sensações corporais que não eram conhecidas na sua profundidade e na sua intensidade. Pode ser que, por meio do produto, a pessoa ganhe uma consciência corporal que antes não tinha.


Correio Brasiliense: Então, há uma mudança na perspectiva sexual?
Paulo G. P. Tessarioli: Sim, essa mudança foi impulsionada pelo público feminino, que passou a demonstrar mais interesse pelos produtos eróticos. As mulheres se interessam por beleza, cheiros, aromas, em produtos que possam ser aplicados no corpo. Desde a mais simples à mais aristocrata. A indústria também passou a dar um enfoque diferente ao produto. Atualmente, nas sexshops ou nas boutiques sensuais você não vê mais aquelas gôndolas gigantescas em destaque, com próteses penianas, algemas e chicotes.


Correio Brasiliense: O senhor aconselha o uso de produtos eróticos?
Paulo G. P. Tessarioli: De uma forma muito objetiva, sim, mas com reservas. Sim, mas com consciência. Se o produto erótico é conhecido, se foi escolhido para um determinado objetivo, aí tudo bem. Agora, se a vida sexual já não está boa, a aquisição de um produto erótico pode ser frustrante. É preciso ter clareza: “Para que você quer isso? Qual resultado você espera disso?”. Ou seja, depende do uso e da expectativa que você tem com o uso. Muitas pessoas compram o produto erótico por curiosidade e aí, num curto espaço de tempo, esse produto é deixado de lado. Pouca informação aliada ao elevado nível de expectativa é resultado de uma única aquisição. Não adianta nada ser apenas consumidor!


Clique aqui e leia na íntegra a matéria do Correio Brasiliense

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